domingo, 13 de abril de 2014

“Essa Uva é Doce!” - Governo Municipal realiza Fiscalização da Uva Verde

Debaixo das videiras do município de Marialva produtores de uva de mesa trabalham para conseguir qualidade e bons preços para a colheita da safra de verão, já iniciada e que se estende até meados de junho. A cidade agora ganha destaque pela produção de uvas doces e de excelência, graças a ações públicas e de empresas privadas que envolvem toda a cadeia de produção e comercialização da fruta. O volume produzido no município corresponde a 50% da safra estadual.

Segundo dados da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Marialva, a expectativa é colher a média de 17 a 20 toneladas por hectare dos parreirais em produção. No município, aproximadamente seis mil pessoas estão envolvidas com a atividade, sendo um pouco mais de mil produtores trabalhando numa área de 1,5 mil hectares. "O rendimento da uva na cidade foi de R$ 100 milhões anuais nas últimas safras, exatamente o mesmo valor do rendimento de todas as outras culturas do município, sendo que só de soja, são 23 mil hectares. Esta produção vem se mantendo nos últimos anos", calcula Valdinei Cazelato, Secretário de Agricultura do município, que também admite que devido às geadas sofridas no final de 2013, a produção em 2014 deve registrar queda.

Em 2005, a Portaria 1.027 foi decretada e, a conhecida “Lei da Uva Verde”, passou a exigir que a produção tivesse um padrão mínimo de qualidade, o que envolve pelo menos 13 graus brix, que é o teor de doçura medido nas frutas. "Se ela está abaixo dos 13 graus, é considerada imprópria para consumo e então, descartada. Temos duas pessoas envolvidas com a fiscalização, o que tem dado bons resultados", salienta Cazelato.

A justificativa para a colheita da uva antes da hora exata era a de aproveitar os melhores preços de mercado, que geralmente atingem o pico no início da safra. Os produtores acabavam aceitando a oferta de intermediários, com o temor de perder os melhores preços. Entretanto, a fruta chegava ao consumidor final com qualidade inferior, que acabava deixando de consumir as uvas da região.

“O produtor está mais consciente. Se ele vende a uva fora da época e dos padrões exigidos, o produto fica encalhado nos estabelecimentos”, explica Ailton Rojas Poppi, técnico agrícola da Emater de Marialva.

Rojas comenta ainda que algumas cidades da região entram em contato com a Emater para saber como funciona a “Lei da Uva Verde”, como aconteceu em Uraí. "Elas querem seguir o mesmo exemplo, por isso nos visitam e telefonam. Não dá para negar que de alguns anos para cá a qualidade das uvas de mesa melhorou substancialmente".

Em relação aos preços de mercado para este primeiro semestre, os produtores estão na expectativa de que a média fique em torno de R$ 2,50. "Se o preço ficar entre R$ 2 e R$ 2,50 será uma remuneração boa para o produtor. Chegamos a atingir R$ 4, mas acho difícil manter esse patamar", disse o produtor Antonio Perez.

De acordo com o Prefeito de Marialva, Edgar Silvestre-Deca, Marialva precisa continuar sendo conhecida nacionalmente como a Capital da Uva Fina. “Temos que entregar ao mercado um produto de qualidade, uma uva com o padrão do brix exigido. Somos parceiros dos produtores e compradores, mas não vamos tolerar a comercialização de uva fora do padrão. Nossos fiscais estão visitando barracões e propriedades rurais. Quem não cumprir, será punido”, afirmou Silvestre.

Os cidadãos marialvenses podem colaborar com o Governo Municipal no trabalho de Fiscalização da Uva Verde. Se receber informações sobre a colheita e venda de uva abaixo do padrão de qualidade, entre em contato com os telefones: (44) 3232-4443 ou 8453-2445. Não é preciso identificar-se e a prefeitura garante o anonimato.

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